Petra foi um presente: uma cidade de monumentos esculpidos diretamente nas rochas avermelhadas de um desfiladeiro no meio do deserto. Um cenário diferente de todos os lugares que já conheci. Localizada ao sul de Amã, capital da Jordânia, Petra é hoje a principal atração turística do país.
Não se sabe ao certo quando Petra começou a ser construída, mas viveu seu auge econômico sob o domínio do Império Nabateu, no século I A.C. A cidade era um importante ponto comercial para as rotas de seda, mirra e especiarias entre países como China, Índia e Egito. Após a conquista pelos romanos, Petra continuou a prosperar. Até que um forte terremoto no final do século IV D.C. destruiu a cidade quase que por completo, deixando-a cair no esquecimento.
Em 1812, Johannes Burckhardt, um explorador suíço disfarçado de árabe, conseguiu ajuda de nabateus nômades que viviam pelo deserto para encontrar a tal “cidade perdida”. Desde então, Petra voltou a atrair a atenção de turistas, historiadores e arqueólogos. Em 1985, as ruínas de Petra tornaram-se Patrimônio da Humanidade pela Unesco e, em 2007, entraram para a lista das 7 maravilhas do mundo moderno.
Dicas para conhecer Petra
1. Faça um bate-volta a partir de Amã
Há quem opte por Israel como ponto de partida, mas prefiro Amã. Além de ser barata e segura, também é uma ótima base para conhecer o Mar Morto.
2. Vá de ônibus
A forma mais prática e barata de chegar a Petra é de ônibus. A companhia JETT faz o trajeto diariamente. Passagens de ida e volta custam 20 JOD, o equivalente a 90 reais (um motorista particular / taxi vai te cobrar no mínimo 100 JOD pelo passeio). O ônibus sai às 6h30 da manhã em frente ao escritório da JETT, próximo à estação Abdali. Dá para comprar na hora, mas melhor reservar por telefone um dia antes. O caminho é maravilhoso e dura cerca de 3 horas. O ônibus te deixa no estacionamento pertinho da entrada do parque arqueológico. De lá, pontualmente às 17h, retorna para a Amã.
3. Passe apenas 1 dia
Um dia é suficiente para conhecer as principais atrações do parque arqueológico, a pé mesmo. Se tiver tempo de sobra, vale pernoitar na cidade e participar do Petra by Night, para caminhar pelas ruínas iluminadas por velas. Esse passeio só acontece em datas determinadas e não está incluso no bilhete normal. Quem ficar mais de um dia também terá tempo para visitar os museus arqueológicos.
Para quem ficar mais de um dia em Petra, o passe para a entrada no parque vale mais a pena. O passe para um dia de passeio custa 50 JOD. Dois dias de passeio custam 55 JOD. Três dias, 60 JOD. A maioria dos viajantes fica apenas um dia.
Vale ressaltar que bate-volta a partir de Israel faz o preço do ingresso subir para 90 JOD.
(Quem tiver comprado passagem pela Turkish Airlines ganha 15% de desconto na entrada do parque.)
4. Expresso canelinha
Quando abri o mapa do parque, ali na bilheteria, levei um susto e pensei jamais conseguir conhecer tudo a pé e a tempo. Os vendedores ambulantes espalhados pelas ruínas sabem que essa é uma primeira impressão bastante comum e vão tentar tirar vantagem disso.
Logo na entrada do parque vai chover gente oferecendo para te levar a cavalo até o início das ruínas. Essa cavalgada está inclusa no ticket. Mas eles vão te cobrar uma gorjeta no final e serão grosseiros se não recebem uma gorjeta bem gorda.
Nesses 5 minutinhos a cavalo (dá tranquilamente para ir a pé), eles vão tentar te convencer que é impossível conhecer tudo andando em apenas um dia e que a melhor opção é alugar um cavalo por mais 50 JOD para te levarem por atalhos diferentões. Não caia nessa furada. É super possível (e gostoso) conhecer tudo a pé num dia só. Para quem tem problemas de locomoção, é possível passear pelas ruínas em um burrinho, mas dá para decidir isso lá dentro, não com esses caras da entrada.
5. Não desista da trilha “matadora” até o Monastério
O ponto mais distante da entrada do parque arqueológico é o Monastério, o maior monumento preservado de Petra, convertido em monastério por monges durante o Império Bizantino. Uma trilha linda, basicamente feita de subidas de pedras, te leva até lá. A distância total entre o centro de visitantes e o Monastério (Ad Deir) é de 5,5km.
Parece de boa. Talvez por conta do sol quente, a trilha foi bem mais puxada do que eu esperava. Eu, que sou (relativamente) jovem (ai!), cheguei toda ofegante e descabelada lá em cima. Também vi grupos de idosos fazendo a caminhada a pé, numa boa, e algumas pessoas apelando para o burrinho. Não tenho filhos, mas pelo que vi não me pareceu o programa mais indicado para levar crianças pequenas.
Vale dizer que apesar de cansativa, a trilha em si é muito bonita. Demorei uns 40 minutos para chegar ao Monastério. Faça algumas paradas durante a subida para recuperar o fôlego e tirar fotos. A vista para a fachada do Monastério será recompensadora. O barzinho com mesas de frente para o monumento é um bom lugar bom para tomar uma limonada e seguir a trilha para o mirante.
6. Pesquise a história antes de chegar
Eu não gosto muito de passeios guiados, prefiro conhecer lugares no meu ritmo. Se você também for assim, não deixe para começar a conhecer a história de Petra apenas quando chegar lá. Vai perder tempo à toa.
7. Leve muita água
Se for a Petra entre julho e agosto vai precisar de, no mínimo, uma garrafa de água de 2 litros na mochila. Até dá pra comprar lá dentro, mas os preços, como dá para imaginar, são bem inflacionados.
8. Não vá a Petra no verão
Conheci Petra no outono (final de setembro), sob sol forte e uma temperatura batendo nos 30 °C . Como o passeio é basicamente caminhar o dia inteiro entre as ruínas, dificilmente teria sido tão gostoso no alto verão (julho), sob temperaturas ainda mais quentes.
9. Cuidado com o figurino
Quando estiver em Amã, vai perceber que a maioria das mulheres muçulmanas adere ao uso do hijab (véu). Mesmo as que optam por deixar a cabeça descoberta usam roupas largas, cobrindo pernas, braços e pescoço – mesmo no verão. Acredito que a regra para nós, estrangeiras, é não destoar.
Como Petra é bem turística você vai ver algumas turistas de shorts e regata, mas eu evitaria. Ainda estamos num país muçulmano. Uma dica é levar uma echarpe e cobrir os braços e colo quando sair do parque arqueológico, para não atrair olhares esquisitos e brincadeiras desrespeitosas de ambulantes locais. Outra coisa: vá de tênis. O chão é basicamente feito de areia e pedras. Chinelo vai te atrapalhar.
10. Não perca tempo no restaurante
Se for passar apenas um dia, pule o restaurante do parque. Leve umas besteirinhas na mochila e aproveite as horas conhecendo as ruínas. Na volta, opte por um restaurante de fora do centro de visitantes, na rua mesmo. São mais baratos e a qualidade é a mesma. O mesmo vale para lembrancinhas.
Aproveite para ver as dicas de O que fazer na Jordânia, no Blog Mala de Aventuras da Gaia e da Nanda, uma delícia de leitura.
Se sua viagem incluir a África do Sul, confira esse Roteiro da Cidade do Cabo, do Blog Aos Viajantes.
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Respostas de 34
Belíssima reportagem, muito gostosa de ler! Viajar assim é bom demais! Sucesso sempre!
Oi, Volker! Fico feliz que tenha gostado da reportagem! Muito obrigada pelo carinho!
Beijos 🙂
Super obrigada Volker!! Ficamos muito felizes que gostou.
Um abraço Renata e Nathalia
Uau, perfeitas as dicas, principalmente a questão dos vendedores dizendo que é impossível fazer a pé. Isso deve atrapalhar o passeio de muita gente. Adorei
Atrapalha mesmo…vi várias pessoas caindo nessa. Eu quase caí também! Obrigada pelo comentário! Beijos!
Petra é magnífico pela sua riqueza em monumentos históricos, sou louca para conhecer e já estou de olho nas passagens aéreas. ótimas dicas e lindas fotos!
Muito linda né Paloma! Super Obrigada, Beijos Renata e Nathalia
Petra é realmente um destino que impressiona. Eu visitei esse lugar uns anos atrás e posso atestar que suas dicas realmente são ideais para quem está planejando uma primeira visita à Jordânia. Eu gostei tanto desse lugar que sou capaz de voltar a qualquer momento que aparecer uma oferta boa de passagem aérea. Abração e ótimo post!
Oi, Luiz! Muito obrigada pelo comentário, fiquei bem feliz que tenha gostado! Eu também amei Petra, parece coisa de outro mundo! Sorte a nossa 🙂
Beijos
Renata, parabéns! Artigo bonito bem apresentado! E gostei muito de Petra viu, é bem minha cara esse lugar. Mais um pra lista né? Bjs!
Um sonho visitar Petra! Que lugar especial! Pretendo visitar em breve e irei levar suas dicas comigo! Essa questão das vestimentas é sempre um problema, passei por isso no Sudeste Asiático e no Marrocos, então já tenho roupas propícias para tal lugar, que bom 🙂
Larissa, você vai amar Petra! É muito mais bonita ao vivo do que nas fotos viu…nunca estive no Marrocos, mas posso dizer que na Jordânia as roupas precisam cobrir um pouquinho mais do que as que usamos no Sudeste Asiático. Canela de fora, por exemplo, não é legal. Em Petra é até ok porque é bem turística, mas se proteja mais quando estiver na capital ou perambulando pelo país. Bjo!
Demais, adorei as dicas! Espero mesmo ter a possibilidade de visitar Petra. É um lugar incrível!!! Excelentes dicas. Achei interessante o ingresso pro segundo e terceiro dia ser praticamente o mesmo valor de 1 dia só. Se um dia eu for pra lá tomarei cuidado com os caras do inicio da trilha. Abraço.
Itamar, garanto que vale muito a pena conhecer Petra! Eu fiquei um dia apenas, como a maioria dos turistas. Se tiver tempo, acho que vale pernoitar lá (tem vários hotéis) e tentar conhecer Little Petra. Mas fique muito esperto com esses caras do começo da trilha, eles são bem malandros. Bjs e boa viagem!
Sou APAIXONADA pela história de Petra. Quero muito conhecer, fiquei encantada depois das fotos e aventuras que uma amiga muito próxima viveu lá. Adorei suas dicas, post salvo para ler novamente quando estiver organizando minha viagem.
Ah que legal que gostou Vivian! O lugar é incrível, né! Um beijo Renata e Nathalia
Nossa, um lugar que realmente te transporta para um filme de Indiana Jones… que coisa mais linda!!!! Excelente post, boas dicas, adorei!
Acho que vale assistir ao filme antes de ir para entrar no clima, Daniela! Espero que um dia vc possa conhecer Petra! Beijos ?
Post salvo nos meus favoritos!!!
😉
Obaa! Obrigada, Juliana! ?
WOw! Sempre quis conhecer Petra! Ainda me lembro de ver este templo no filme do Indiana Jones e as boas sensações que me provocaram 🙂 Espero um dia conhecer este destino maravilhoso! Obrigado pelas dicas
Pedro, espero que vc consiga conhecer Petra em breve! 🙂
Se precisar de alguma informação ou ajude, conte comigo!
Bjs
Acabei de ir a Petra, o que vc e verdade, nao aceite os cavalos da entrada, eles falam que esta incluido, mas vao te estorquir na gorjeta…
Para quem vem pela fronteira de Israel, NAO PEGUEM OS TAXIS, acertem com o hotel pra te pegar, pois eles sao verdadeiros ladroes, vao querer te enrolar ao massimo, no nosso caso acertamos o valor na hora, pois eles nao queriam seguir a tabela da fronteira e mesmo assim no caminho o infeliz disse que era por pessoa, nao aceitamos e ele parou no caminho e chamou outro taxi, fora a briga de um taxista com outro… Na volta o hotel indicou o Sr. Mohamed, foi outro tratamento, fizemos o retorno pra fronteira e deserto, otima experiencia, segue os contatos: Mohamad Al-hlalat, email mohammedhlalat77@yahoo.com, fala ingles.
Andre, muito obrigada por postar suas dicas aqui! Eu fui a partir de Ama, não sabia dessa confusão com os táxis na fronteira, mas confesso que imaginava…Aconteceu algo parecido quando fui pela primeira vez ao Mar Morto. Eu estava sozinha e o motorista dobrou o preço no final. É bom avisar quem está indo para evitar esse tipo de contratempo – que não estraga a viagem, mas dá uma bela dor de cabeça! Bjs
Oi você saberia me ajudar com a dúvida sobre a questão de carimbos no passaporte entre Israel, Egito e Jordânia? Pretendo visitar os três países, mas tenho lido que Israel não aceita entrada de alguém com carimbo da Jordânia ou Egito.
Na lógica de carimbos no passaporte o ideal seria fazer nessa ordem Israel>Egito>Jordânia?
Se puder me ajudar. Ficaria muito feliz 🙂
Luiz
Gostei muito do que li aqui no seu site.Estou estudando o assunto,Mas quero agradecer por que seu texto foi muito valido. Obrigado 🙂
Oi Felipe,
Que bom que gostou!! Ficamos muito felizes com o seu comentário.
Abraços, Renata e Nathalia
Amei as dicas! Vou me organizar p ir, com certeza!
Fui em 2015 e paguei 40jd pelo táxi tanto para ir quanto para voltar (voltei por Amman). Na fronteira sul de Áqaba o preço do taxi é tabelado e a tabela é um outdoor bem visível. Os taxistas foram bem prestativos e amáveis. Os carros são mega confortáveis, e eles param pra vc bater fotos em mirantes, pra quem quiser conforto e comodidade vale a pena. Fui no inverno e vi muita neve então tive muito paisagem de tirar o fôlego… o país possui outros muitos lugares fantásticos como o verdadeiro local de batismo de Jesus, mar morto, as ruínas romanas super bem conservadas de jerash, o monte Nebo (onde Moisés avistou a terra prometida), deserto de wadi rum (lugar mágico), o paraíso do mergulho no mar vermelho, enfim, são muitas as atrações neste país fantástico.
não consigo compreender como á 3000 anos, povos conseguiam, desenhar, monumentos destes com a precisão como a de um computador, e cortar rocha como manteiga e transportá-la como esferovite, para kilómetros de distançia, tenho mesmo que ter que acreditar nos deuses astronautas.
Hehe, é algo muito inexplicável mesmo né Raul. É incrível, adorei a definição, cortar rocha como manteiga…
Obrigada por passar por aqui e nos escrever um comentário, sempre fico feliz em receber os feedbacks de vocês.
Um abraço,
Renata
não consigo compreender como á 3000 anos, povos conseguiam, desenhar, construir , sem gruas, ou metal para andaimes monumentos colossais destes com a precisão como a de um computador, e cortar rocha como manteiga e transportá-la como esferovite, para kilómetros de distançia, tenho mesmo que ter que acreditar nos deuses astronautas.
Ótimas dicas! Teria sido útil se tivesse visto antes da minha visita, de 2 dias, a Petra, com um grupo de amigos. Como é um país muito quente (chegamos a pegar 43º C.), usei short e blusa sem manga. Teria evitado por respeito à população do país, apesar de não ter percebido nenhum olhar crítico por parte dos locais. Quanto aos gracejos, não entenderia mesmo…rs
Parabéns pela matéria! “Viajei” com seu relato e suas dicas. Quem sabe um dia eu me aventure…amei!