COMBO: Templo branco e mulheres com argolas, na Tailândia

COMBO: Templo branco e mulheres com argolas, na Tailândia

Sabe aquela foto que você não sabe de onde é, nem exatamente o que é, mas entra naquela listinha de quero-muito-conhecer? Foi o que me aconteceu com o templo branco e as mulheres com argolas no pescoço. O que me deixou feliz foi descobrir que, além de poder conhecer os dois na Tailândia, eu poderia fazê-lo no mesmo dia.

Muitas cidades do norte do país servem como ponto de partida. Faz mais sentido a partir de Chiang Mai, a segunda maior cidade da Tailândia – uma mini Bangkok. Outra opção é Chiang Rai, que fica bem mais perto do templo e da tribo das mulheres com argolas, mas é menor e tem menos coisas legais para fazer. Eu escolhi Chiang Mai.

Anéis dourados e pesados usados pelas "mulheres-girafa". (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Anéis dourados e pesados usados pelas “mulheres-girafa”. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)

Acabei fazendo o roteiro mais fácil e manjado: um tour pelo Triângulo Dourado,  região fronteiriça entre Tailândia, Laos e Myanmar. A vantagem deste tour “combo”,  que inclui a visita ao templo e à tribo, é que você economiza tempo. A desvantagem é justamente essa: é um tour puxado.

O passeio custa cerca de 1.100 bahts (moeda tailandesa) e é oferecido por mil agências de turismo. Eu fiz a reserva na noite anterior, na recepção do hostel. Uma van te busca onde você estiver hospedado por volta das 7h30 da manhã e diz que te devolve às 21h. Não conte com isso, vai demorar mais. São muitas horas na estrada entre uma parada e outra.

Cada tour segue o seu itinerário, mas no geral todos passam alguma hora pelos mesmos lugares. Vamos a eles:

Templo Wat Rong Khun

(Foto: Nathalia Tavolieri)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)

Num primeiro momento, pode parecer que o principal atrativo do templo branco é a sua cor. Chegando lá você vai ver que é bem mais do que isso. Tipo, se ele fosse preto, ganharia um ar demoníaco. A entrada e os jardins são decorados com imagens monstruosas. Outro exemplo é que para entrar no templo, você atravessa uma ponte erguida sobre um mar de mãos saindo das profundezas.

Repare que há uma unha pintada de vermelho entre tantos dedos brancos! (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Repare que há uma unha pintada de vermelho entre tantos dedos brancos! (Foto: Nathalia Tavolieri)

Um dos motivos pelos quais a arquitetura desse templo ter uma pegada tão inusitada é que o dinheiro da obra saiu do bolso do próprio artista, o tailandês Chalermchai Kositpipat. O Wat Rong Khun foi criado há quase 20 anos e ainda não foi terminado. 

Ele não é tão grande como na foto, mas é ainda mais bonito ao vivo. É revestido por mosaicos de espelho que refletem a luz do sol, fazendo com que o templo brilhe e te ofusque. 

O templo branco fica a 13 km de Chiang Rai. Se estiver hospedado no centro da cidade, vá de ônibus coletivo. Se estiver em grupo, negocie um preço de tuk tuk. Não vai ser a opção mais barata, mas o ventinho na cara do tuk tuk é refrescante. Como é a principal atração da Chiang Rai, é fácil se informar. A entrada do templo é gratuita.

Passeio de barco pelo rio Mekong

A confluência dos rios Mekong e Ruak marca a divisa entre Tailândia, Laos e Myanmar. Os tours costumam incluir um passeio de cerca de 1h30 pelo rio Mekong. É bem turisticão. Um barco de madeira te leva até uma pontinha de terra que já é do Laos. Eles te cobram uma taxa de 30 bahts para pisar em território laosiano. Lá tem uma feirinha bizarra, com cigarros e bolsas de marcas falsificadas, e bebidas alcoólicas engarrafadas com cobras e escorpiões.

(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Eu não tive estômago para provar… (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Passeio de barco bem turístico pelo rio Mekong: faz parte! (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Passeio de barco bem turístico pelo rio Mekong: faz parte! (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)

Mulheres com argolas no pescoço

A van te deixa num vilarejo rural, onde vivem as “mulheres-girafa”, conhecidas pelas argolas em volta do pescoço. Você certamente já viu a foto delas em alguma revista. Essas mulheres são apresentadas às argolas douradas ainda meninas. Com o tempo, o peso dos anéis de metal aumenta gradativamente, podendo chegar a 10 kg. Curiosidade: por serem tão pesadas, as argolas “afundam” a caixa torácica, criando a ilusão de que o pescoço é que foi esticado. Pela tradição, as argolas têm a função de proteger as mulheres contra o ataque de animais, além de embelezá-las.

(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
(Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)

Essas mulheres da foto fazem parte da etnia Karen, minoria perseguida violentamente pelo governo da antiga Birmânia, atual Myanmar. Essa perseguição, por conta de conflitos étnicos, levou a população a se refugiar em países vizinhos, como a Tailândia. 

As famílias que você vai encontrar na tribo são de refugiados. Na prática, elas vivem em segurança, mas sob inúmeras restrições, como não poder trabalhar ou frequentar escolas fora das áreas determinadas pelo governo tailandês. Há quem questione se é ético transformar um lugar para refugiados em ponto turístico, mas o sustento dessas famílias vem, em grande parte, da renda dos artesanatos vendidos aos visitantes. A situação é delicada.

Área onde vivem as mulheres refugiadas. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes
Área pobre onde vivem as mulheres refugiadas. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Artesanato produzido pelas mulheres argola. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Artesanato produzido pelas mulheres argola. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)

Chiang Mai – Chiang Rai – Luang Prabang

De lá, o tour retorna para Chiang Mai. Se quiser conhecer o Laos, você pode fazer o que eu fiz: escapar do congestionamento da volta e pedir para o motorista te deixar em Chiang Rai, que é mais próxima da fronteira. (Dica: Peça desconto no tour, já que você não fará o trajeto completo da volta. Me cobraram 100 bahts a menos). 

Uma das paradas é na fronteira terrestre com Myanmar, onde há um mercado cheio de bugigangas. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)
Uma das paradas é na fronteira terrestre com Myanmar, onde há um mercado cheio de bugigangas. (Foto: Nathalia Tavolieri / Viagem em Detalhes)

Ah, mesmo estando mais perto do Laos, leva tempo para chegar nas cidades mais legais do país, como Luang Prabang. Neste post há detalhes sobre como chegar até Luang Prabang de barco ou ônibus, e como funciona a imigração. Também reuni aqui dicas das principais atrações da cidade. Clique aqui!

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Nathalia Tavolieri

Nathalia Tavolieri

Jornalista vivendo em Bonn, na Alemanha. Adora o friozinho na barriga ao pisar em rodoviárias, aeroportos e estações de trem. Aprendeu a gostar de viajar sozinha, com mochilão, sem muito roteiro. Vai compartilhar suas descobertas, perrengues e surpresas boas em viagens - como esses elefantes fofos da foto!

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