Sempre tive muita vontade de conhecer os backstages dos parques Disney. Toda aquela perfeição, o planejamento e a logística por trás da magia, aguçam minha curiosidade de ver de perto e entender como funciona. Já sabia há algum tempo da existência desses Tours, mas como sempre fui com a família toda, acabava nunca dando certo, mas finalmente deu!
Quando comentei que ia, muita gente disse que tinha medo que a magia fosse quebrada, eu confesso que não tinha medo não e até estava preparada pra encontrar o Mickey sem cabeça, princesas sem peruca, gente que não sorri a todo minuto, mas nem pelos backstages isso acontece, as coisas são extremamente organizadas.
O tour que eu fiz é um dos mais completos, chamado Backstage Magic, foram 7 horas no total, até tentei não me empolgar e escrever demais…mas acho que não deu muito certo. O ponto de encontro era no Epcot, você estaciona o carro e irá encontrar o Guia ao lado do Guest Relations, fora do parque. De lá pegamos o ônibus para começar!! Minha guia era uma simpatia, com mais de 25 anos de trabalho na Disney, 2 filhos trabalhando também na Disney e muitas histórias interessantes pra contar. Em nenhum momento nos backstages podemos tirar fotos, então vou testar aqui minha capacidade de descrever os detalhes e a de vocês de imaginarem tudo!!
Epcot Center
Começamos pela atração chamada American Adventure, chegamos pela parte de trás do parque e entramos num galpão onde nos deram um óculos de proteção, eu nunca tinha ido nessa atração, fica no World Showcase, a área dos países. É uma viagem pela história dos Estados Unidos contada por Mark Twain e Benjamin Franklin, em 1982, data de abertura do Epcot, esta era a maior tela de projeção do mundo, até hoje ainda é utilizada a mesma tecnologia, filmes de 7mm, que na época eram o top da tecnologia. Durante os quase 30 minutos de “show” entram em cena 35 “bonecos” em 5 diferentes cenários, tudo controlado por computadores e cronometrado com a trilha sonora, muito interessante de ver como isso tudo acontece por trás das cortinas.
Os bonecos que contam a história são os chamados Animatronics, nome e tecnologia criados pela Disney e utilizado pela primeira vez em 1963 na Disneyland na Califórnia. Tivemos a oportunidade de ver um rosto desses robôs por dentro, os olhos feitos de vidro são perfeitos, os dentes também, o cabelo utilizado é de verdade. Os movimentos dos olhos, boca, face e sombrancelhas são controlados por pressão hidráulica. Numa perfeição de detalhes que é a marca registrada do próprio Walt Disney.
Saindo de lá fomos para o Viveiros de árvores (Trees Nursery), onde são cultivadas as Topiarias, se você já visitou o Epcot nos meses de abril ou maio, deve ter visto o Flower and Garden Festival, nessa época o parque fica inteiro decorado com inúmeros e lindos personagens verdinhos. Em outras épocas e em outros parques às vezes você encontra também um ou outro. Não podia tirar fotos lá no viveiro, mas sorte que eu tinha várias da minha viagem do ano passado! Vi muitos deles passando por manutenção, é tão perfeito, coisa de artista!! Dá muita vontade de pegar o celular escondido pra umas fotinhos, mas o grupo é tão pequeno que não dá coragem!
A idéia foi do próprio Walt, quando viu as topiarias em uma Feira na Europa logo quis fazer algo igual. A técnica de poda das árvores para criar figuras é uma arte muito antiga, feita na forma tradicional ela leva de 7 a 10 anos para crescer e depois ser podada. Mas logo foi pensada uma forma mais rápida, dado que dizer a Walt que demoraria 7 anos não seria uma alternativa.
Foram desenvolvidas as Boxed Topiaries, onde é colocado uma espécie de moldura e o arbusto cresce dentro do molde e é então podado, processo que leva aproximadamente 3 anos. Mas esperar 3 anos ainda seria algo bastante complicado, então desenvolveram o Stuffed Topiaries, onde é colocada uma espécie de xaxim dentro do molde de metal e então a semente é colocada em diversos pontos dessa moldura e a medida que a planta vai crescendo como se fosse uma samambaia vai sendo distribuída pelo molde, acredite, com um grampo de cabelo, e criando esses lindos personagens, em 1 mês elas ficam prontinhas, e duram por 2 anos!!
São mais de 100 unidades somente para o Flower and Garden Festival, que em 2016 terá sua duração ampliada para 3 meses, de março a maio. Nada mais justo que tenhamos mais tempo para admirar essas belezas!
Ainda no viveiro vimos quantidades enormes de outras plantas que decoram parques e hotéis. Só cestos de flores como este da foto são 700! E ainda muitas palmeiras e pinheiros, isso porque a maioria das árvores de Natal é artificial pelo complexo Disney.
Animal Kingdom
Saindo de lá fomos ao Animal Kingdom, conversamos com o Andy, um Cast Member que trabalha com os animais, o cuidado e carinho deles com os animais é incrível. Lá fica uma das maiores instalações de pesquisa sobre animais nos EUA. Vimos o backstage do Kilimanjaro Safari, imagine que são 3.000 visitantes por hora nessa atração, a mais concorrida do parque, dado que não é algo controlado por computador, o desafio é grande para que tudo aconteça muito bem conforme programado, para não causar aumento da espera para os visitantes. Aliás percebi que existe uma preocupação muito com as filas em todas as atrações e sempre buscam formas de otimizar a espera.
É um parque que amo, zoológico com toque Disney!! Vai ficar ainda melhor com o World of Avatar, nova área que será finalizada em 2017, e com o show noturno Rivers of Light.
Holywood Studios
Próxima parada foram os Studios, entramos também pelas áreas reservadas aos Cast Members e fomos conhecer como funciona o Hollywood Tower!! Eu não sou muito fã, sempre morro de medo, odeio coisas que despencam!!
E olha que me considero corajosa pra briquedos radicais…Mais foi legal, ver e ouvir um pouco da história, e como eles criaram o prédio em formato de ‘L’, diferente do da Disneyland que é só vertical, esse tem uma experiência mais completa pra o visitante, você embarca pelo 2o andar, pega o elevador que vai ao 3o ou 4o andar, segue pelos trilhos até o 5o andar e então o elevador despenca, sobe e despenca novamente…por 4 vezes, as quedas são mais rápidas que a gravidade, por isso você sai da cadeira.
Já me dá frio na barriga de pensar, prometi pra mim mesma nunca mais ir! As quedas ainda são randômicas, isso quer dizer que cada vez que você for nessa atração terá uma experiência diferente. A parte de segurança também é muito reforçada, por computador e manualmente, se o cinto de alguém não estiver afivelado, o elevador não sairá do lugar. Fiquem tranquilos, have a safe trip, aproveitem por mim!
Outro fato interessante, sabiam por que o prédio é pintado dessa cor? Pois as costas do prédio fica bem na direção do Pavilhão do Marrocos no Epcot, então ele tem essa cor e torres nesse formato para não destoar dos prédios Marroquinos. Eles pensam em tudo, e nós nem imaginamos quantos detalhes.
Pausa para o almoço
Depois disso paramos para almoçar num Hotel dentro do complexo Disney o Wilderness Lodge. Foi uma experiência típica Americana!! Achei uma delícia, ou pode ser também que eu estivesse comendo bem mal, sozinha em Orlando e numa maratona louca de parques e fotografia! Conclusão, saí de lá rolando para a segunda parte!
Magic Kingdom
Depois desse almoço veio a melhor parte. Visitamos o ateliê de fantasias, uma área onde trabalham os engenheiros e por último os famosos Utilidors, os corredores subterrâneos do Magic Kingdom. E ainda assistimos a parada da tarde, Festival of Fantasy, bem de pertinho e ouvimos mais ótimas histórias. Mas vou precisar contar todos esses detalhes no próximo post, pois acabou ficando muito grande e não quero cansar vocês.
Vou contar também como escolhi o tour pelo site da Disney, quanto custa, as opções oferecidas, como reservar etc… Prometo que serei rápida pra terminar a Parte II, que já está no forno.
Uma resposta
Bem legal, compartilhei na minha página do face.